O Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo divulgou uma boa notícia relacionando sono reparador e doenças cardíacas. Segundo o instituto, quem consegue ter uma noite de sono tranquila – por mais de seis horas seguidas – tem reduzidas chances de desenvolver doenças cardíacas.

O estudo sobre sono reparador e doenças cardíacas tem relação com o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS). Logo, esta síndrome que compromete a respiração durante o sono e pode provocar outro distúrbio: a insônia. O tratamento da AOS é feito com o uso de um equipamento conhecido como CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas). Além disso previne a arteriosclerose, reduzindo o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais.

Sono reparador e doenças cardíacas: como reduzir os riscos de infartos e outros problemas de coração?

De modo geral, a prevenção dos problemas do coração relacionados ao sono insuficiente começa com o tratamento da apneia do sono. A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por obstrução da via aérea superior, sendo um dos distúrbios do sono mais comuns. “Quem sofre do distúrbio tem sensação de sufocamento e roncos frequentes. Então, essas obstruções ocorrem várias vezes durante a noite, causando alterações nos padrões de sono e quedas na oxigenação.

Consequências da apneia do sono

A consequência destes fenômenos inclui a excessiva sonolência diurna e má qualidade de vida. Assim como problemas de memória e baixo rendimento no trabalho”, destaca o cardiologista Victor Lira. O médico conta como o tratamento com o CPAP funciona: “O aparelho pressuriza o ar ambiente e o envia por uma tubulação para uma máscara de silicone que deve ser usada durante o sono. Portanto, o uso correto do aparelho pode eliminar completamente os eventos respiratórios”.

O estudo do Instituto do Coração também revela que a apneia acelera em quase dez anos o envelhecimento arterial. Isso faze com que a progressão da arteriosclerose seja igualmente rápida. “A pesquisa mostrou que quem tem apneia apresenta marcadores tão altos quanto os de pessoas dez anos mais velhas.

Quando tratados com o CPAP, os pacientes apresentaram reduções significativas dos marcadores. Por conseguinte, há menos rigidez arterial e da espessura da camada íntima-média da carótida. Ademais, há mudanças importantes nos marcadores inflamatórios e naqueles ligados à atividade simpática”, diz o especialista.