Uma estimativa divulgada pela Associação Brasileira do Sono revela que mais de 73 milhões de brasileiros sofrem de privação do sono. Mais especificamente, esse grupo de pessoas não consegue dormir a quantidade de horas necessárias para equilibrar as funções do corpo.

A ocorrência da privação com frequência acarreta uma série de problemas que vão além do cansaço, do estresse e do aumento dos riscos de problemas cardíacos. Então, veja quais mudanças negativas podem ocorrer no seu organismo ao não ter noites de sono reparadoras.

Privação de sono leva ao ganho peso

O sono ruim não é o único fator no ganho de peso, é claro – existem vários outros, incluindo sua genética, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, etc.  No entanto, existem estudos que comprovam que, quando o sono diminui, o peso aumenta.

Logo, não é preciso muito tempo de privação de sono para elevar o peso corporal. Uma pesquisa com voluntários realizada por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, apontou isso. Apenas cinco horas de sono por noite – durante o período de uma semana – levou os voluntários a ganharem, em média, dois quilos.

Na falta de sono, o indivíduo experimenta várias mudanças em seu corpo que podem levar ao ganho de peso. Pois a privação do sono causa alterações nos hormônios que regulam a fome e o apetite.

Em suma, o hormônio leptina suprime o apetite e estimula o corpo a gastar energia, mas esse hormônio é reduzido quando uma pessoa dorme poucas horas.  Já o hormônio grelina, que desencadeia a sensação de fome, tem seus níveis elevados quando uma pessoa tem pouco sono.

O desejo sexual fica reduzido na privação do sono

A privação do sono por causas como ronco e apneia também é um fator desencadeador para reduzir a frequência com que um casal tem relações sexuais. Porque, em muitos casos, os cônjuges preferem dormir em camas – ou quartos – separados.

Ou seja, dormindo sozinhos eles tentam melhorar a qualidade do sono, mas prejudicam o contato mais íntimo. Em uma pesquisa realizado com os norte-americanos, mais de 30% dos entrevistados disseram que prefeririam dormir sozinhos.

Por outro lado, outros 10% disseram que tiveram um relacionamento anterior que acabou justamente por causa dos problemas para dormir.

Mas os efeitos da privação do sono na vida sexual vão muito além da questão do casal dormir em quartos separados. A privação do sono pode afetar a excitação sexual e a função sexual, tanto em homens quanto em mulheres. Como resultado, na relação sexual fica menos prazerosa e menos frequente.

Nos homens, a privação do sono reduz os níveis de testosterona consideravelmente, afetando, inclusive, a fertilidade masculina. Igualmente, a privação do sono também está fortemente ligada à disfunção erétil.

Já nas mulheres, dormir pouco e mal também pode reduzir os níveis de testosterona, um hormônio importante para o sexo feminino.

Você envelhece mais rapidamente

As boas noites de sono funcionam como uma espécie de “botox natural” para a pele. Durante o sono mais profundo (REM), o corpo produz mais hormônio de crescimento humano. Logo, isso ajuda a reparar as células por todo o corpo humano – incluindo as células da pele, músculos e ossos.

Ao dormir pouco, corre-se o risco de prejudicar esse importante processo de rejuvenescimento.

Você já se olhou no espelho depois de algumas noites de sono ruim e achou que estava com uma aparência mais “cansada”? O sono é fundamental para a saúde da sua pele e para a sua aparência jovem.

O aumento do hormônio do crescimento está relacionado ao aumento da produção de colágeno. Decerto, o colágeno é a proteína que dá à pele elasticidade e firmeza, e ajuda a manter as rugas sob controle.

Algumas pesquisas mostram que a privação do sono interfere na produção de colágeno e pode enfraquecer a integridade da pele.

O sono reparador e abundante é importante para manter a massa muscular. E a ausência dele está ligada à redução da massa muscular e da força muscular em homens e mulheres.

O sono insuficiente também pode interferir na saúde dos ossos, reduzindo a densidade óssea e a produção de novas células para a formação de ossos novos e fortes.