O sono da criança é bastante peculiar. Enquanto um adulto pode adormecer assim que encosta a cabeça no travesseiro, o bebê pode demorar mais para entrar no estágio do sono mais profundo.
Por vezes, os pais colocam a criança para dormir, ela pega no sono e depois de algum tempo, mesmo parecendo que já “embarcou” em um cochilo duradouro, ela volta a despertar como que num passe de mágica.
Isso ocorre porque a bebê entrará primeiro em um longo período de sono leve, do qual é fácil para ele despertar. Apesar de adultos e bebês oscilarem entre os períodos de sono profundo e os períodos mais curtos de sono REM leve, o recém-nascido – até alguns meses de vida – faz isso muitas vezes durante a noite.
Para o adulto, o sono profundo pode persistir até 90 minutos de cada vez. No entanto, para o bebê, pode não durar uma hora. Portanto, boa parte do sono vivido pela criança é composta pelo estágio do sono leve, geralmente representando mais da metade das 13 a 18 horas recomendadas pelos pediatras.
Como já é possível saber, o sono do bebê é mais vulnerável quando ele está no estágio do sono leve. Qualquer interferência externa pode levá-lo a despertar mais facilmente, incluindo a fome, a fralda molhada, mudanças de temperatura, um som desconhecido, ou sua própria sombra na parede.
É claro que, se tudo estiver bem e a criança estiver confortável, ela poderá retornar ao sono profundo em apenas alguns minutos.
Uma mão tranquilizadora ou a presença do pai ou da mãe sempre pode ajudá-los nesse período vulnerável sem despertar. Enquanto a transição entre as fases do sono pode levar a uma noite angustiante, este sono REM leve é essencial para o desenvolvimento fisiológico, bem-estar físico e segurança da criança.
O sono REM tem sido associado ao aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro, facilitando o aprendizado e contribuindo para o crescimento. Portanto, o sono REM ininterrupto gera muitos benefícios para a saúde da criança até a fase adulta.
Ao ninar seu filho, aos poucos você percebe que as pálpebras dele começam a se fechar e ele começa a cochilar em seus braços. Os olhos do bebê se fecham completamente, mas suas pálpebras continuam a flutuar e sua respiração ainda está irregular.
As mãos e membros são flexionados, e a criança ainda pode se assustar, contrair membros e mostrar sorrisos fugazes, chamados de “sorrisos sonolentos”.
Ela pode até mesmo continuar a sugar o leite do peito. Já nessa fase, você coloca seu bebê “dormindo” no berço e se afasta silenciosamente. Nesse momento, ela acorda e chora.
Apesar de todos os sinais, a criança não estava dormindo profundamente. Ela ainda estava no estado de sono leve quando você a colocou no berço. Agora, retome novamente o ritual, mas continue-o por mais tempo (cerca de vinte minutos).
Você vai perceber que as caretas e contrações do bebê cessam; sua respiração se torna mais regular e superficial, seus músculos relaxam completamente. Suas mãos em punhos se desdobram e seus braços e membros balançam sem peso. Este sim é o sinal do “sono profundo”.
Os recém-nascidos expressam sua necessidade de dormir, dando vários indícios, como desconforto, irritabilidade e choro sem aparente motivo. Enquanto alguns podem indicar com gestos, como esfregar os olhos.
Alguns especialistas dizem que é melhor colocar os bebês para dormir quando estão sonolentos, mas não dormindo.
Dessa forma, é mais provável que eles adormeçam rapidamente e eventualmente aprendam a dormir. Os recém-nascidos podem aprender a diferença entre o dia e a noite quando se limita os níveis de atividade, a luz circundante e os níveis de ruído à medida que a noite se aproxima.
Para ajudar seu bebê a dormir melhor, siga as dicas abaixo:
• Observe os padrões de sono e os sinais de sonolência do seu bebê
• Coloque a criança no berço apenas quando ela estiver sonolenta
• Coloque o bebê para dormir de costas em seu cobertor ou manta favorito
• Para garantir um ambiente de sono seguro para o seu bebê, remova cobertores soltos ou itens que possam machucar o rosto ou a cabeça do nenê.
• Colocar algumas músicas de ninar para ajudar seu bebê a adormecer, de preferência que tenham sons familiares aos que ele ouvia ainda dentro do útero materno.
As crianças a partir de três anos têm energia de sobra, adoram brincar e, por vezes, esquecem que precisam dormir – ou simplesmente evitam o sono ao máximo.
Os pequenos também têm muita facilidade em acordar cedo, diferente dos adolescentes. Mas nem por isso eles deixam de ter problemas com o sono, ou com a sincronização dele.
O cérebro dos pequenos, assim como dos adultos, está sujeito aos efeitos do relógio biológico, que é controlado pela glândula pineal, localizada no interior do cérebro. Durante as férias escolares, por exemplo, o ciclo circadiano modifica todo seu ritmo contrariando a sequência necessária das fases do sono para uma boa volta às aulas.
Essa adaptação varia muito, conforme a idade da criança, seu temperamento, sua capacidade fisiológica, dentre outros fatores. A sincronização adequada do ritmo vigília-sono é um aspecto importante para regular os ritmos biológicos. Por isso, preservá-la é uma boa forma de preparar o organismo para uma mudança.
As insônias idiopáticas são raras nas crianças, mas quando acontecem, acometem as crianças bem cedo, logo depois do nascimento. A insônia mais frequente nos pequenos é a do tipo condicionada, que estão relacionadas a fatores externos, incluindo ruídos, vozes dos pais e parentes, luminosidade externa e outros fatores.
Nas crianças de 6 meses a 3 anos, o sono requer condições bem específicas para chegar, como o uso da chupeta, da mamadeira, contato corporal, etc.
Nas crianças de 2 a 4 anos, a ausência de higiene do sono e de hábitos regulares acaba por fazer com que a criança rejeite a hora de dormir.
Frequentemente, muitos pais reclamam que as crianças conseguem dormir apenas na presença deles. E mesmo assim, os menores ainda têm muitas dificuldades de permanecer dormindo. Para resolver o problema – ou amenizá-lo – existe um método comportamental simples, que ajuda a criança a confiar em sua capacidade de adormecer sozinha, sem o auxílio dos pais.
Este método progressivo pode ser utilizado ainda bem cedo, logo que a criança começa a se desenvolver. Ele envolve técnicas comportamentais, que consistem em reduzir os componentes de ansiedade relacionados ao adormecimento.
Auxiliando a criança a dormir na prática:
Algumas dificuldades terão de ser superadas; ainda que a criança grite, fique nervosa, tenha alguma crise de raiva, não volte atrás. Aos poucos ela se acostumará a dormir sozinha.