Os distúrbios do sono ocorrem em todas as faixas etárias – bebês, adolescentes, adultos e idosos. Contudo, na fase da adolescência, os jovens começam a experimentar mudanças mais drásticas no sono. Logo, esses distúrbios do sono em adolescentes normalmente abrangem mais sintomas do que o simples fato de dormirem na sala de aula. Ou de ficarem acordados até a madrugada.
Mesmo que não tenham distúrbios do sono mais complexos, a maioria dos adolescentes sofre de privação do sono. Em suma, eles ficam horas acordados navegando na Internet, vendo filmes ou se revirando na cama, enquanto esperam o sono chegar. O sono dos jovens também é muitas vezes interrompido durante momentos estressantes. Por exemplo, o sono deles é alterado nos dias que antecedem os exames escolares.
Distúrbios do sono nos adolescentes: quanto sono é suficiente para os adolescentes?
Em média, os adolescentes precisam de cerca de oito horas e meia a dezassete horas de sono por noite. Contudo, muitos deles sofrem com a insônia crônica. Isso significa dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo, ou não se sentir descansado, apesar de passar tempo suficiente na cama.
A insônia frequenta acaba por afetar negativamente muitas áreas da vida do adolescente. De modo geral, isso abrange desde relacionamentos com amigos, até sua capacidade de se concentrar na escola e seu temperamento. Muitos adolescentes que perdem o sono sofrem de irritabilidade, alterações de humor e até depressão.
A privação do sono também influencia a aparência, a saúde e o ganho de peso (alguns estudos relacionam o sono com um risco maior de obesidade.) O sono insuficiente e desregrado também facilita a ocorrência de acidentes e lesões, especialmente no trânsito. E é por isso que é tão importante lidar com os distúrbios do sono quando eles ocorrem.
Como funciona o sono do adolescente
O sono é uma das funções vitais do organismo, sendo tão importante quanto comer, beber e respirar. Para ajudar você a entender como o sono afeta sua saúde física e mental, vamos ver como o sono funciona.
O sono tem cinco estágios distintos. Cada um eles com suas características específicas definidas por suas ondas cerebrais, movimentos dos olhos e tensão muscular. Existem duas categorias amplas de sono:
- O sono REM (movimento rápido dos olhos), estágio do sono onde acontecem os sonhos.
- Sono NREM (movimento ocular sem deslizamento).
O sono NREM tem quatro níveis ou estágios. O estágio 1 do sono – o mais leve – é a transição do despertar para o sono mais profundo. O estágio 2 (sono intermediário) é responsável por 40% a 50% do seu tempo de sono. Os estágios 3 e 4, chamados de ondas lentas ou sono delta, são os níveis mais profundos e ocorrem principalmente no primeiro terço da noite.
É durante o sono delta que seu corpo se restaura. É difícil o despertar do sono delta, pois a maioria de nós se sente aturdida ou grogue. Os estágios do sono têm, cada um deles, cerca de 90 a 120 minutos de duração. Durante uma noite normal, há cerca de quatro a cinco ciclos de sono.
Ciclos circadianos
Nossos “relógios corporais” internos determinam nossos ciclos diários de sono, nosso desempenho em diferentes tarefas, nosso estado de alerta, humor e até mesmo nossas funções gastrointestinais e metabolismo. A melatonina, um hormônio produzido pela glândula pineal na base do cérebro, está ligada ao sistema circadiano. Juntamente com a luz solar, a melatonina ajuda a definir o relógio biológico do cérebro. À noite, a melatonina é secretada, diminuindo a temperatura do corpo e nos ajudando a dormir.
Distúrbios que impedem os adolescentes de dormir
Ronco e Apneia Obstrutiva do Sono – O ronco ocorre quando o fluxo de ar é limitado e os tecidos moles na parte de trás da garganta vibram. Embora o ronco seja irritante e cause pouco sono, pode ser um sintoma de um distúrbio do sono mais grave, chamado Apneia Obstrutiva do Sono (AOS).
A AOS envolve o estreitamento mais complexo das suas vias aéreas. Os pulmões não recebem oxigênio o suficiente, então o cérebro o desperta apenas o suficiente para recuperar o fôlego e desbloquear a passagem de ar. Se você ronca alto ou tem sonolência excessiva, converse com seu médico.
Para ter um sono melhor
Se você tentar relaxar e seguir uma boas práticas de higiene do sono, mas ainda assim não conseguir dormir o suficiente, converse com seu médico, que poderá encaminhar o paciente para análises do sono, com um exame chamado de polissonografia. O estudo do sono ajudará a determinar se você tem apneia, síndrome das pernas inquietas ou algum outro problema. Todos esses distúrbios exigem terapia específica que seu médico pode prescrever.
Se você não tem nenhum problema físico específico, confira as seguintes dicas de para garantir um sono mais tranquilo:
- Estabeleça uma rotina regular de dormir e permaneça com ela, mesmo nos finais de semana;
- Os especialistas recomendam que você desligue dispositivos como laptops e telefones celulares para não ser interrompido por mensagens de texto e alertas. Um estudo recente, com quase 10 mil adolescentes (entre 16 e 19 anos), descobriu que o uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir resultou em menos sono;
- A prática de exercícios regularmente ajuda a dormir mais profundamente. Mas atenção: nunca faça atividade física antes de dormir;
- Reduza o ruído no seu quarto, use protetores de ouvido se estiver incomodado com ruídos durante o sono.
Se você acha que está tendo algum dos problemas médicos discutidos acima, ou se está estressado ou deprimido e as sugestões simples acima não estão ajudando, consulte seu médico. Um bom sono é essencial para a saúde. Se você não está conseguindo, procure ajuda.