Para muitas idosos, uma boa noite de sono está longe de se tornar realidade. Nessa fase da vida, a insônia nos idosos é algo constante e bastante incômodo. Eles têm mais dificuldade em adormecer e acordar depois de apenas algumas horas se comparados aos jovens e adultos.

Com isso, a fadiga diurna pode ser tão grande que os idosos não podem fazer atividades relativamente simples, como dirigir ou conversar.

Cerca de metade das pessoas que reclamam aos médicos sobre a má qualidade do sono acabam fazendo uso de medicamentos prescritos. Essas técnicas são desnecessárias para melhorar a insônia nos idosos. Além disso, também causam dependência e podem causar efeitos colaterais, de acordo com o pesquisador do sono Michael Vitiello.

O especialista é PhD e professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade de Washington, em Seattle (EUA).

“É muito melhor que as pessoas considerem as mudanças simples que poderiam ser feitas para melhorar seu sono. E para entender como os padrões de sono mudam com a idade”, diz o especialista.

Os problemas comuns – e normais – do sono, que afetam até 40% dos idosos, incluem sono leve, despertar frequente e fadiga diurna. Entre as pessoas mais velhas, há também uma diminuição no estágio de sono profundo e um aumento nos períodos de vigília durante a noite.

“Em comparação com adultos mais jovens, mesmo adultos idosos que não se submeteram a exames cuidadosamente selecionados exibem as alterações do padrão de sono descritas”, escreve Vitiello.

Enquanto muitos idosos se queixam do sono pouco reparador, outros têm verdadeiros distúrbios do sono e uma outra parcela de idosos necessita de medicamentos prescritos para conseguir dormir.

Distúrbios do sono e insônia nos idosos

Os distúrbios do sono mais comuns em idosos incluem a apneia (interrupção temporária da respiração, que também pode afetar pessoas mais jovens) e a síndrome das pernas inquietas. A síndrome pode assumir a forma de movimentos periódicos das pernas durante o sono.

Nessa síndrome, a pessoa é tomada por fortes impulsos para movimentar as pernas repetidamente antes de dormir, o que impede que ela relaxe e adormeça.

Antes que um médico possa diagnosticar um distúrbio do sono, ele deve realizar um exame médico completo. É preciso também rever os medicamentos que a pessoa está tomando. Vale, inclusive, falar com o cônjuge ou companheiro da pessoa sobre seus hábitos de sono.

Às vezes, a medicação é prescrita, mas “embora essas drogas possam ser úteis no manejo da insônia [de curto prazo], elas não fornecem alívio a longo prazo dos distúrbios crônicos do sono.

Por vezes, os medicamentos hipnóticos podem piorar os distúrbios do sono existentes. Pois eles induzem à dependência. E, quando a droga é interrompida após o uso de médio a longo prazo, ocorre o efeito “rebote” da insônia. Então, vêm os pesadelos”, diz o especialista americano.

Tratamento da apneia nos idosos

A apneia pode ser tratada por meio de modificações comportamentais para diminuir o atraso do sono. Além disso, aparelhos orais que melhoram as vias aéreas também são um tipo de tratamento oferecido aos idosos. Decerto,  frequentemente os mais velhos precisam perder peso para amenizar a apneia.

Algumas vezes, os estimulantes respiratórios, como o Diamox (acetazolamida) são prescritos para controlar a pressão contínua nas vias aéreas. A cirurgia é indicada também, mas somente em último caso, quando nenhum dos outros tratamentos deu o resultado esperado.

“Os tratamentos para distúrbios periódicos dos movimentos dos membros são menos que ideais, de acordo com o relatório.

Embora possam ser usados ​​medicamentos chamados benzodiazepínicos, incluindo Klonopin (clonazepam) e Restoril (temazepam). Eles também causam sedação diurna e têm pouco efeito sobre os próprios movimentos das pernas”, comenta o pesquisador Vitiello.