A melatonina, um hormônio produzido na glândula pineal do cérebro, é responsável pela regulação do relógio biológico em cada indivíduo. Curiosamente, a liberação deste hormônio é amplamente controlada pela exposição à luz natural, ou pela falta dela. Portanto, o uso da melatonina sintética como auxiliar na promoção do sono continua sendo objeto de estudos de pesquisa em todo o mundo.

As conclusões até agora indicam que a substância produzida em laboratório pode ser útil para quem sofre de alterações do ciclo circadiano, o que conhecemos como “relógio biológico” do corpo humano.

Como ocorre a produção de melatonina natural?

A produção de melatonina pelo organismo é desencadeada durante a noite. Contudo, o hormônio continua sendo liberado ao longo das horas, durante o período de sono convencional. Os níveis do hormônio, em seguida, caem assim que surge a luz do dia e sua produção é suprimida até a próxima noite. Para que seja produzido com eficácia pelo nosso corpo, o indivíduo deve estar em um ambiente escuro, e, por isso, a melatonina é chamada de o “hormônio da escuridão”.

Mudança do ciclo do sono com o advento da iluminação elétrica

A introdução da luz elétrica no século 19 influenciou negativamente na indução ao sono. Antes do surgimento das lâmpadas nas residências, o ciclo circadiano era ditado pela luz natural. As pessoas acordavam com os primeiros raios solares do dia e se recolhiam em seus quartos no início da noite, assim que escurecia.

Porém, a invenção da iluminação elétrica permitiu que as pessoas pudessem permanecer mais tempo ativas. Ou seja, elas realizavam suas atividades que antes dependiam da claridade da luz solar. Esta mudança de hábitos e horários fez que com as pessoas passassem a dormir mais tarde.

Melatonina para dormir melhor

Algumas pesquisas atuais sugerem que a ingestão dos suplementos de melatonina antes de dormir ajuda a acelerar o processo de indução ao sono e até melhora a qualidade do sono REM. No entanto, existem limitações para tais pesquisas realizadas em um curto período de tempo. Até o momento, isso impediu algumas conclusões confiáveis ​​sobre os efeitos da melatonina sintética no corpo humano como uma solução a longo prazo para um sono persistente e reparador.

Vale lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a agência reguladora de medicamentos vinculada ao Ministério da Saúde, não autoriza a comercialização da melatonina no Brasil. A importação do produto seria a única opção para quem deseja tentar esse recurso com o objetivo de dormir melhor.

O hormônio tem efeitos colaterais?

Os suplementos de melatonina são relativamente recentes no mercado farmacológico, tendo conquistado popularidade apenas na última década. Com isso, as pesquisas mais recentes ainda não são capazes de apontar todos os efeitos negativos que o suplemento pode causar, assim como ainda não foi possível determinar a quantidade ideal de melatonina sintética que uma pessoa pode ingerir.

A melatonina é vista como um produto “natural” quando comparada aos comprimidos prescritos para dormir, mas isso não significa que a substância escape aos efeitos colaterais associados. Até agora, os efeitos secundários da melatonina incluem tonturas e dores de cabeça, mas os efeitos de uso prolongado ainda não foram investigados.